Palestra “A Academia Portuguesa e a Teoria da Relatividade Geral no período entre guerras“, com Augusto Fitas, investigador do Instituto de História Contemporânea (pólo de Évora) e coordenador do Grupo de Historia da Física da SPF.
Sessão destinada ao público em geral, entrada livre.
Resumo da Palestra:
O contexto histórico da elaboração da Teoria da Relatividade Geral e das primeiras tentativas da sua confirmação. Portugal foi um dos países que na época esteve associado à confirmação observacional desta teoria porque o grupo do astrónomo Arthur Eddington fez as suas observações do eclipse solar na Ilha do Príncipe, uma possessão colonial portuguesa, no entanto, e apesar dos contactos havidos com o Observatório Astronómico de Lisboa, nenhum astrónomo português esteve presente nesta importante expedição científica. Seminários internacionais no início dos anos 20 e 30, conduzidos por cientistas estrangeiros convidados, foram cruciais para o contacto científico da comunidade científica portuguesa com a nova teoria. No início dos anos vinte, um curso anual de Física Matemática na Faculdade de Ciências de Lisboa inaugurou a introdução da Relatividade Especial e Geral no currículo universitário português. Os matemáticos e astrónomos portugueses, em vez dos físicos, foram os primeiros a ser atraídos por essa teoria e os poucos artigos científicos publicados internacionalmente têm dois membros desse grupo como autores. A teoria de Einstein foi objecto de vários artigos publicados em revistas culturais nacionais e em revistas científicas portuguesas. Esses artigos foram palco de disputas públicas entre cientistas que apoiavam a nova teoria e aqueles que se manifestavam contra.