Na sua mais ampla aceção, a mesa remete para universos onde interagem produtos, pessoas e ideias. Dela fazem parte os alimentos, cujo estudo contempla todas as fases anteriores ao consumo: cultivo e colheita de plantas, criação e caça de animais, produção de bens transformados, distribuição e venda, cozinha. Ao encadear múltiplas atividades e até artes (agricultura, culinária, dietética, comércio, etiqueta, protocolo, estética e artes visuais), a mesa congrega, na partida, diversos agentes de produção, em particular os cozinheiros e o pessoal de serviço e de produção artística (encarregue da animação cultural envolvente), na chegada, ou no processo, os comensais, convivas, que entre si inauguram um espaço e um tempo de comunicação único e irrepetível. Espaço de sobrevivência, mas também de deleite, de formação, de culto e de sociabilidade, cada mesa retrata mentalidades, serve de metáfora de valores, abre lugar à transformação de quem nela interage e participa.
O que se coloca sobre a mesa, quem serve e quem é servido à mesa, do que se fala e o que se cala à mesa, o que simboliza a mesa e o que ela e nela se representa constituem as vertentes do debate proposto aos intervenientes deste colóquio. As linhas orientadoras dessa discussão assentam na perceção sensorial e cognitiva da mesa. Esta dupla perspetiva de análise está na origem dos dois núcleos temáticos de reflexão estruturantes do colóquio: a Mesa dos Sentidos (fisiológicos) e os Sentidos (intelectivos) da Mesa.
- Este evento já decorreu.
4º Colóquio DIAITA – Da Mesa dos Sentidos aos Sentidos da Mesa
Outubro
25
2017