Selma Uamusse, uma das vozes dos Wrayguun, que nos últimos tempos tem acompanhado Rodrigo Leão ou cantado com grupos como Medeiros/Lucas, apresentou recentemente o seu primeiro single a solo, Ngono Utana, o qual antecipa o álbum que deve chegar em breve, no qual explora as suas raízes moçambicanas. Selma Uamusse transmite a imagem de uma ‘energética intérprete que viveu a sua adolescência durante o reinado do rock em Portugal, conhecedora do cancioneiro tradicional do jazz e soul norte-americanos, perita no trabalho das suas referências vocais mais preciosas, intérprete de ritmos e sonoridades africanas’. A mistura fina que a cantora moçambicana e portuguesa oferece é bem mais que uma colagem do seu percurso artístico e musical: é uma proposta pessoal inconfundível.
Entre as machambas de Moçambique, os clubes noturnos europeus e a energia rock, entre línguas e ritmos tradicionais africanos e a produção electrónica carregada de psicadelismo, entre timbilas e sintetizadores, esta é, sem dúvida, uma artista singular.